segunda-feira, 9 de maio de 2011

Módulo 5 – Aula 04 – 07/05/11

Nesse dia fomos à aldeia urbana Kakané Porã, localizada na Rua Del. Bruno de Almeida, 5400, no bairro Campo do Santana, periferia de Curitiba, nos encontrou no terminal do Pinheirinho, e fomos de ônibus de linha até lá.  Essa aldeia é a primeira aldeia urbana da cidade, onde índios das etnias guarani, kaigang e xetá, receberam 44 mil metros quadrados de terra para que 35 famílias originárias do Paraná e Santa Catarina fossem abrigadas. Foi inaugurada em 09/12/2008, De acordo com um termo de comodato entre a Prefeitura de Curitiba e a Fundação Nacional do Índio (Funai), as famílias não podem ceder, vender, nem alterar o uso residencial dos imóveis. O grupo deveria ter incentivo para manter hortas e pomar e acesso aos programas oferecidos pela Funai e pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Porém na realidade fomos informados que os índios não estão tendo acesso a toda a área destinada à tribo, apenas utilizam a parte destinada as casas, a parte onde poderiam plantar e fazer criação de animais domésticos para que servisse para seu sustento, fomos informados que ainda é de propriedade da COHAB, e eles não podem acessar como havia sido informado e divulgado pela imprensa na época da ocupação. No pequeno espaço onde eles estão já tentaram criar galinhas para ajudar no sustento das famílias, mas tiveram que se desfazer da criação, porque eram constantemente roubadas pelos moradores da região. As casas são dispostas ao redor da praça central, chamada por eles de oquinha, nesse espaço eles praticam atividades próprias da cultura das etnias que ali se encontram, como rituais de agradecimento e pedidos de cura, a religião para eles está sincretizada com a nossa, acreditam em um Deus criador de tudo e em seu filho Jesus Cristo, que é o elo com Deus. Também nesse local, fazem apresentação de dança e venda de artesanato aos visitantes, esse mesmo artesanato é vendido na Feirinha do Largo da Ordem aos domingos, e é através desse comércio que as mulheres ajudam com o sustento das casas, já os homens tem que trabalhar em empregos fora da aldeia para pagar suas contas, o cicerone da tribo o índio Alcino, me disse que as despesas de cada casa, são custeadas pelo chefe da família. Ouvimos o discurso do Cacique da tribo sobre as dificuldades enfrentadas por eles e outros índios do nosso estado. Compramos o artesanato exposto pelas índias e pudemos verificar que a vida deles na aldeia urbana é igual a da maioria das pessoas que vivem na periferia, suas casas têm as mesmas coisas que as outras do bairro, têm geladeira, televisão, computador, celular, água encanada, banheiro, mobília, e usam roupas como nós. Não poderia ser diferente, já que eles têm acesso a tudo isso, seria ridículo que não pudessem usar o conforto a que nós estamos acostumados, apesar de que eles ainda querem manter a cultura em que foram criados. Então saímos da tribo para vir embora, eu com uma visão completamente diferente da que tinha no dia anterior, vi que programa de índio hoje em dia é jogar bola e assistir televisão, assim como nós.



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